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Ida à Autoclasica 2017

Lá fomos nós viajar de moto,  de novo e no mesmo ano da ida para Ushuaia!!!

Dessa vez, o motivo era a Autoclasica 2017 em Buenos Aires, exposição de motos e carros antigos que ocorre todo ano em Buenos Aires, no feriado Día del Respeto a la Diversidad Cultural. O feriado coincide com o nosso dia de Nossa Senhora Aparecida (dia das crianças e semana do saco cheio...) com a diferença que eles mudam o feriado para a segunda-feira seguinte. Este ano, portanto, a Autoclasica foi de 13 a 16 de outubro. 

Pronto, já tínhamos as datas de chegada e estadia em Buenos Aires - 3 noites de 13 a 16. A partir disso, fizemos a conta ao contrário para saber quando ir, de forma a passar por lugares legais no Uruguai, e Gramado no RS. Ficamos com 6 dias e 6 noites de ida, os 3 lá e apertamos a volta para 3 noites. Ufa, total 12 noites! 

Tudo resolvido, e com a alegre adesão de um casal de amigos que toparam nosso roteiro 99% (eles só mudaram o último trecho da viagem de volta...), nossa segunda aventura  começou!

O primeiro dia, trecho de São Paulo até Tubarão (807 km) já começou com chuva... Todos de capa (menos eu, achei que minha roupa era suficientemente impermeável e eu iria assar com a capa por cima de tudo. Teimosa como toda capricorniana... mas acabei molhando quase o mesmo que eles, o pior foram as luvas encharcadas gelando os dedos). Pegamos chuva média por cerca de 70 km, daí parou um pouco até Curitiba. Começou de novo mais forte e choveu até Joinville. Chegamos em Tubarão já secos mas cansados.  Estava de noitinha então resolvemos jantar no próprio hotel (Art Hotel, o melhor que conseguimos, muito bom!) Descontando a chuva, que atrasa a viagem, o pior trecho disparado foi o da Serra do Cafezal!!! Não me conformo que boa parte da produção do país passe por essa merreca de estrada pista simples esburacada, sinuosa, perigosa. Descaso!! E, para piorar, tem uns 8 ou 9 pedágios que cobram R$ 1,50 de moto em cada um. Se eles soubessem o inferno que é para o motoqueiro toda vez tirar e por luvas para pagar.... Acho que foi só na Regis (até Curitiba acho) que pagamos pedágio.  Ah, no jantar descobrimos que meu pai trabalhou e era amigo do pai do nosso companheiro de viagem. Mundinho pequeno.

O segundo dia amanheceu chovendo em Tubarão, choveu bastante até o início da serra gaúcha. Foram 308 km e chegamos por volta de 13h em Gramado. Cidade chique, linda! Passeamos pela Borges, almoçamos no Largo da Borges, fomos até a rua torta, caminhamos até o lago negro... muito gostoso. Jantamos sopinha no hotel Le Chateau, bem localizado e charmoso. Foi boa essa paradinha mesmo que rápida em Gramado.


No terceiro dia fomos de Gramado até  Chuí com tempo bom, graças a Deus!! Vimos dois grandes parques eólicos bem no sul do Rio Grande do Sul, passamos pela Lagoa dos Patos, daí a fronteira com o Uruguai, onde não se perde tempo, bem tranquilo. Logo depois, passamos por uma pista de pouso de avião no meio da estrada, bem estranho. Chegamos de tardinha em Punta del Diablo, uma praia a 30 km da fronteira - foram 656 km esse dia. Ficamos em uma pousada simples mas bonitinha. Passeamos até a praia, tipo Pinhal no Rio Grande do Sul, onde meu tio tinha casa: areia com pequenas dunas, mar gelado, não muito azul. Eu molhei pés e canelas para sentir o mar frio... os outros três do grupo amarelaram. Jantamos no único restaurante aberto da cidade, porque descobrimos que lá a maioria dos restaurantes abre somente para a temporada deles, de dezembro a março, que é quando o mar fica menos gelado. Lá encontramos um casal de brasileiros de Ijuí-RS, onde eu nasci. Eta mundinho.






O quarto dia foi de pouca andança, fomos até Jose Ignacio (152 km de distância de Punta del Diablo, super rápido). Jose Ignacio é outra praia,  mais baladinha e mais bonita que a primeira. Tem uma bela praia, farol e casas super legais, de arquitetura moderna bem minimalista. Mas estava frio e ventando... nem eu quis ir para praia! Como não é temporada, quase nada aberto, muito menos o recomendado restaurante La Huella, que fora de temporada só abre sexta-sábado e domingo - e era uma terça feira. Fechado... Bom, achamos um bistrô na praça aberto. Lindo o lugar, comidinha deliciosa e cara, mas minha salada de salmão defumado estava bem boa. Adivinha? Lá estava um casal de Ribeirão Preto, conhecido dos nossos amigos. Este mundo é uma província mesmo. Eles nos aconselharam a ir até Punta (del Este) no fim da tarde e jantar por lá, são só 30 km de Jose Ignacio. Fomos, passeamos um pouco em Punta e jantamos no El Secreto, uma carninha boa. Ida e volta com o maior vento e frio. Mas estrada boa, tranquila. 


No quinto dia fomos para Colonia del Sacramento (337 km). Chegamos cedo, passeamos pela parte histórica, fizemos um lanchinho, fomos ver as ruínas do auditório tipo coliseu romano e fomos para Carmelo, ali do lado (70 km de Colonia). Carmelo é uma cidade charmosinha com vinícolas, onde ficamos 2 noites descansando.  Nossa pousada era a Campotinto que fica dentro da vinícola de mesmo nome. É linda, quarto romântico, super charmosa. A piscina está reformando, mas com o frio que estava nem fez falta. Nossos amigos, que ficaram em outro hotel butique, vieram jantar conosco na Campotinto. Tomamos uma garrafa espumante meio tannat meio chardonnay Campotinto, uma delícia. Comemos lomo (filé mignon) com molho de pimenta, hummm! 


No dia seguinte, relax total, começando pelo café caprichado, louças inglesas e talheres de prata. Fizemos uma caminhada pela pousada e pegamos bikes para ir até o hotel butique onde nossos companheiros de viagem estavam, o Puerto Dijama, 4km da nossa pousada. Lindo o hotel, todo moderno! Eles também pegaram bikes e fizemos um passeio pelos arredores, super gostoso. O almoço tardio foi no Puerto Dijama, eu escolhi uma salada caesar com lagostins maravilhosa. No final do almoço, chega outro amigo motoqueiro nos visitar e almoçar. Esse almoço durou umas 3 horas... Voltamos todos de bike e uma moto a tempo de fazer a degustação de vinhos na Campotinto... já eram 18 passados e fechava a bodega às 19h. Lógico que esse dia fechou 19h40min.

No sétimo dia saímos de Carmelo cedo (9h) para pegar o Buquebus de 10h45min para Buenos Aires. Chegamos no hotel em Porto Madero às 13h mais ou menos. Nesse dia teve bônus: a nossa filha veio para passar o feriado/fim de semana conosco. Foi booooommmm!
Jantamos todos os 7 (a filha do outro casal também veio passar 3 dias em Buenos Aires) no La Cabrera, indo e voltando de uber. Chega de moto!

Foram mais dois dias inteiros em Buenos Aires, ele na Autoclasica, nós em Palermo e Recoleta. Vimos um monte de sapatos maravilhosos, roupas lindas na Rapsodia, mais sandálias e mules... Tudo caríssimo, de matar. Ainda bem que nem passei vontade, porque estando de moto, não ia poder trazer nada mesmo, nem um vinho da Campotinto coube, imagina sapatos e roupas. Era capaz de dar briga. Só se eu largasse lá as roupas do maridão, aquele que não me deixa nem expandir a mala e não permite nada, nem uma mochilinha por fora das maletas, sem farofa ele diz. Foi só olhar mesmo.

Encontramo-nos somente para jantar, no Marcelo em Porto Madero, porque ele passou 12 horas na Autoclasica! 




O domingo foi dia de feirinha de San Telmo, onde encontramos um conhecido da R&E, colecionador de carros antigos que também veio para a Meca deles. Os comentários foram que este ano a exposição estava menor e mais fraca em termo de raridades e deslumbre. Mas, Disney é Disney e eles adoraram! 
A-M-A-R-A-M como diz nossa amiga, rsrsrsrs.


Ah sim, nesse dia depois do almoço fomos à sorveteria Luciano em Puerto Madero, com filas à la Bacio di Late e com direito a briga de argentinos se pegando por lugar na fila. Um horror. 

No fim do dia, papai levou filhota de moto para o aeroporto - não Aeroparque onde ela chegou, mas no Ezeiza, longe.... Pegou trânsito na volta. Eu fiquei no hotel, aguardando calmamente lendo as novidades da Lava Jato.

No décimo dia,  saímos os dois casais novamente por terra para Fray Bentos, onde chegamos na horinha (just in time, organização de viagem, ohhhh!) para a visita guiada ao ex-frigorífico Fray Bentos e Vila Anglo. Uma beleza, patrimônio da humanidade. Fundado em meados do século 19, forneceu carne enlatada e extrato de carne para alemães e aliados durante as duas guerras. Funcionou até a 1979 acho. Gostamos do passeio. Saindo de lá, seguimos para Paysandú, onde dormimos. Esse dia rodamos 424 km. 
Fray Bentos - ex-frigorífico

O 11o. dia amanheceu com chuva, chuva forte que até doía! Fomos assim até a divisa com o Brasil, depois secou. Passamos por Uruguaiana, onde meu pai nasceu e pela região das Missões até Ijuí. Como rodamos 726 km, chegamos já fim do dia, uma pena! Nem deu para passear e conhecer a cidade, mas fomos à praça onde eu morei, só não sei o lugar exato. Mas valeu, emocionante, fazia uns 40 anos que não ía para lá.
No penúltimo dia, saímos 9h do hotel rumo a Curitiba, e nossos amigos foram para a Oktoberfest.... haja animação!!!! Até Curitiba foram 725 km de tempo bom e estrada tranquila. Melhor do que a ida até Ijuí. Passamos por Lapa, onde fica o Spa Lapinha... me deu vontade de saltar lá e ficar uns dias para largar o peso extra que ganhei na viagem. Aliás, esse é um novo motivo para viajar de moto: ir até lá, internar uma semana, secar e voltar lindos, leves e soltos.

No último dia, Curitiba a São Paulo, 396 km. E de novo, pegamos o pior trecho da viagem, a  Serra do Cafezal, subindo-a. Parecia um estacionamento de caminhões pesados, com 20 km de extensão que durou acho que uma hora. E com calor de 42 graus, sol de rachar. Credo! 

Moral da história: foram 4.670 km em 12 dias, chuva no começo e no quase final, resto tudo ok.
Pior parte: subir a Serra do Cafezal. 
Melhores partes: Gramado e Carmelo. 
Prêmio cafonice: hotéis sem água potável cortesia e/ou com internet ruim.



Comentários

  1. Belo passeio, hein? Parabéns Laiz, pela clareza do relato. Parabéns a todos os integrantes desta aventura! Bom demais ter "movimentos na vida" pra poder lembrar com alegria e contar pros netos... Abçs. Robinson Araujo

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